quarta-feira, 19 de outubro de 2011

CONSTRUINDO A ‘MORADIA DOS SONHOS’: POSSIBILIDADE METODOLÓGICA PARA A APLICAÇÃO DE CONCEITOS GEOMÉTRICOS

Atividade desenvolvidas pelos bolsisas: Camila dos Santos de Souza, Paulo Roberto Oliveira e Thatiana Rocha Silva.


Este trabalho visa apresentar o desenvolvimento de uma sequência de atividades extraclasse, elaborada para turmas de primeiros anos do ensino médio de uma escola estadual de Vitória sobre alguns conceitos de geometria plana e espacial. Em relação aos alunos, o objetivo foi explorar os conceitos de área e perímetro que foram trabalhados em sala de aula, contextualizando o assunto por meio de recursos utilizados na construção civil e na arquitetura, desta maneira, mostrando aos alunos a matemática sendo utilizada no cotidiano. Percebemos que no desenvolvimento das atividades os alunos se empolgaram de forma positiva com o trabalho e apresentaram um comportamento de participação, trabalho em grupo e desenvolvimento de habilidades sobre conceitos matemáticos. A atividade foi desenvolvida em cinco turmas de 1º ano do Ensino Médio com o intuito de trabalhar de maneira prática os conceitos de geometria plana e espacial que a professora já tinha abordado em sala de aula.Pensamos em fazer um trabalho que abordasse o cotidiano e ao mesmo tempo atendesse as necessidades da professora, assim trabalhamos com desenho e construção de maquetes, aproximando um pouco da arquitetura e da construção civil. O trabalho foi programado para ser desenvolvido em quatro etapas: 1) projetar a planta baixa; 2) Transferir para o papel milimetrado; 3) transpor para o ambiente computacional; 4) confeccionar a maquete da planta; 5) elaborar um relatório com o orçamento geral do projeto.


1) Projetando a planta

Dispomos os alunos de cada turma em grupos de 4 ou 5 componentes, disponibilizamos plantas somente com o contorno(sem as paredes internas) e com as medidas exteriores para que os alunos projetassem a "moradia dos sonhos" que atendesse ao grupo. Cada grupo escolheu uma planta. Nesta etapa os alunos deveriam projetar o imóvel na planta baixa. A principio, nosso planejamento era apenas com apartamentos, mas mudamos de plano no decorrer da atividade devido a sugestões dos próprios alunos. Alguns deles pediram para fazer casas, outros casas duplex, alguns chegaram a querer prédios, assim decidimos não interferir na criatividade deles, a única limitação foi que o "lar dos sonhos" deveria ter no mínimo 2 quartos, 1 banheiro, cozinha e sala. Durante o processo fomos trabalhando alguns conceitos como a transformação de unidades e tirando algumas duvidas que surgiam.

Planejando a casa dos sonhos

2) O papel milimetrado

Nesta etapa os alunos transferiram a planta rascunho com as medidas para o papel milimetrado que a própria escolha forneceu. Ao passar a planta para o papel milimetrado alguns alunos que fizeram casas pediram para usar o espaço que restou para fazer piscinas, campos, jardins, decorações diversas, usar como quintal e nós não vimos problema em permitir desde que colocassem a medida de tudo. Também vimos alguns trabalhos com quartos, banheiros com apenas 30 cm de comprimento, além de ausência de corredores, portas e outros problemas. Tendo em vista esses pequenos problemas sentimos a necessidade de auxiliar os alunos por meio de questionamentos, que geraram alguns debates. Eles explicavam o que pensaram e ajudávamos na superação das dificuldades ou deslizes. Utilizamos quatro aulas até que a planta estivesse pronta e as medidas corretas.

Transferindo a planta

3) Utilizando o computador: Software Sweet Home

Após as plantas desenhadas com as medidas corretas, pretendíamos trabalhar com o software Sweet Home 3D®, por ser um aplicativo gratuito que permite a construção de plantas baixas e visualização de casas em 3 dimensões. Os alunos iriam transferir suas plantas baixas para o software e acrescentar móveis, janelas, cores nas paredes, dentre outras possibilidades desse software. Não conseguimos realizar esta fase devido a não autorização necessária para instalar nos computadores da escola mesmo sendo gratuito. O tempo nos restringiu e não pudemos esperar. Infelizmente não foi possível o cumprimento dessa fase, porém, isso nos adiantou para a construção das maquetes.

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4) Construção das maquetes

A construção das maquetes foi a etapa mais trabalhosa e ao mesmo tempo mais empolgante. Os alunos nos surpreenderam com grande empenho e dedicação. Propomos que os alunos usassem isopor como base e assim usassem a criatividade para a construção da sua „moradia dos sonhos. Demos algumas sugestões de materiais baratos que ajudariam na construção, mas cada grupo fez da maneira que achou melhor. Este momento foi importante para “notarmos” o trabalho de alguns alunos que antes não se envolviam nas atividades propostas em sala de aula. Perceber o envolvimento desses alunos foi gratificante. A criatividade dos alunos nesta etapa superou nossas expectativas, eles pensaram nos mínimos detalhes, alguns fizeram a pia da cozinha usando massinha de modelar, outros não colocaram móveis e sim uma plaquinha de “Aluga-se”, a cada aula nos surpreendíamos mais. Nesta etapa a professora de artes nos apoiou cedendo algumas de suas aulas e auxiliando no trabalho dos alunos.


Maquetes prontas

5) Relatório

Após as construções propusemos a
professora que pedisse um relatório de toda a
atividade para os alunos, estruturamos um modelo
sugestão que foi acolhido pela docente.
O relatório foi divido em três partes, a
primeira era descrever todas as etapas do projeto.
Nesse campo os alunos também teriam um espaço
para questionar, e, de uma forma geral, expressar
sua opinião ou critica a nossa proposta de
trabalho. A segunda era o orçamento dos
materiais que comporiam o revestimento e
acabamento do imóvel que eles construíram. O
orçamento foi sugestão da professora regente para
que pudesse utilizar como ponto de partida para a
com os primeiros anos, que abordará funções. A
abordagem do próximo conteúdo a ser trabalhado
terceira parte era anexar as plantas baixas feitas
por eles anteriormente.

E
sta atividade é prova de que um trabalho diferenciado, nas aulas de matemática, aliado a outras disciplinas e despertando o interesse dos alunos é muito gratificante e perfeitamente possível.

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